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Karajan - uma versão poderosa
Comecemos com a versão anacrônica, totalmente incorreta do ponto-de-vista histórico, mas incrivelmente maravilhosa pela pujança do som. Herbert von Karajan dirige a potente Filarmônica de Berlim, dando a Vivaldi uma sonoridade grandiosa como em Wagner! A estrela, aqui, sem dúvida alguma, é a orquestra. Tanto que o solista não é um nome do panteão dos grandes violinistas; mas ele toca maravilhosamente: Michel Schwalbé, o violinista polonês que foi o spalla (violino principal) da Filarmônica de Berlim por quase 3 décadas, de 1957 a 1986. Portanto, ele era o violino-principal da orquestra havia 15 anos, já que o registro é de 1972. Coesão total. Eu adoro essa gravação. Existe uma gravação posterior (1984) de Karajan, com a violinista-estrela Anne-Sophie Mutter, na qual o velho maestro tenta não pesar tanto a mão na orquestra, no caso a Filarmônica de Viena. Mas aí o resultado fica apenas anacrônico, e por mais estupenda que Mutter seja, acho seu Vivaldi teatral demais. Aqui não: desconsiderando tudo o que o movimento da música historicamente informada pregava, Karajan mete o loco e coloca a orquestra para rugir, com opulência. E quem disse que Vivaldi não teria gostado? Eu arriscaria que sim.
I Musici - revolução histórica
Antes da prática de se tocar música barroca com instrumentos de época se estabelecer, o usual era tocar a música antiga com muitos cacoetes da tradição romântica. Vivaldi ou Bach fluíam pelas cordas de uma grande orquestra como se fosse Tchaikovsky ou Brahms. Quando Karajan fez a gravação citada acima, ele optou deliberadamente: não admitia tirar um som esquálido de sua poderosa orquestra. Mas já havia a noção de que era preciso respeitar o tamanho do conjunto. Ainda sem instrumentos de época, mas com formação reduzida e articulação mais seca, evitando tratar a música barroca como Romântica. Por isso foi tão revolucionária, quando lançada, a gravação do conjunto romano I Musici (literalmente, Os Músicos). Feita em 1955, ainda em som mono, a estreia desse conjunto em disco foi com As Quatro Estações, com o número certo de instrumentistas liderados pelo violinista basco Felix Ayo. Ele re-gravaria outras vezes a obra, em 1959 para se beneficiar do som estéreo e em 1986 no digital (muito melosa, aliás), mas a primeira, embora com som mono, continua sendo a melhor.
Curtindo as dicas das gravações?
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Biondi - perfeição com instrumentos originais
Desde as décadas de 1970 e 1980, firmaram-se as gravações em interpretação historicamente informada, ou seja: tocadas com instrumentos originais da época do compositor, ou suas réplicas históricas. E isso importa: o som do violino mudou. O instrumento — como qualquer artefato — foi sendo alterado ao longo do tempo (as cordas eram de tripa, o arco era mais curto, a afinação mais baixa, dentre outras coisas). Então tocar Vivaldi com instrumentos modernos é como fazer Pedro Álvares Cabral chegar às praias da Bahia numa lancha motorizada. São incontáveis as versões, é uma das obras mais gravadas em todas as épocas, sucesso garantido de vendas. Mas há um violinista que conseguiu um feito impensável: tocar As Quatro Estações com o frescor e a inventividade de uma estreia. Este milagre foi conseguido pelo siciliano Fabio Biondi em 1991 com o conjunto criado por ele, com instrumentos originais, Europa Galante. Vivacidade, naturalidade, inventividade, enfim... um registro próximo da perfeição!
Galway - poesia e lirismo com a flauta
Originalmente, Vivaldi concebeu cada Estação como um Concerto para violino. Mas o filósofo e doublé de compositor Jean-Jacques Rousseau fez uma adaptação dessas partituras para flauta e orquestra, que fizeram sucesso na corte francesa meio século depois de Vivaldi. E é preciso reconhecer: fica lindo! Vocês têm a versão gravada pelo flautista James Galway feita em 1977 e ele havia acabado de deixar a Filarmônica de Berlim, para se dedicar à carreira de solista; ele está acompanhado do conjunto Zagrebački Solisti (Os Solistas de Zagreb). O resultado é muito poético e lírico, graças ao som adocicado da flauta!
Richter - Vivaldi reimaginado
Eu falei 4 versões. Mas vou acrescentar uma quinta. Não exatamente As Quatro Estações, mas o que Max Richter chamou de Vivaldi Recomposed (Vivaldi recomposto, ou re-trabalhado). Esse desatino, mexer em uma partitura tão conhecida, deu certo. A música de Richter evoca, ecoa, cita e transforma As Quatro Estações em uma música contemporânea, ousada e surpreendente. A gravação foi feita pelo violinista Daniel Hope, a quem a obra é dedicada, com a Orquestra da Konzerthaus de Berlim dirigida pelo próprio Richter.
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